segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Post # 200

Este texto é sobre um arrependimento que tenho. Que me ocupa parte do coração e que tende a retrair-me. A minha avó faleceu há pouco menos de ano e meio. Ela costurava, fazia renda, tricot e tínhamos alguns projetos em conjunto, que nunca viram a luz do dia. Por minha culpa. Porque havia dias em que não tinha paciência para ouvir, outros simplesmente não estava com vontade. Agora quero aprender a costurar, a fazer tricot, mas ao mesmo tempo não quero. De cada vez que faço tricot penso que ela estaria orgulhosa de mim estar a tentar, mas queria que ela visse e me desse as suas preciosas dicas. A minha avó partiu e não tenho como tirar este sentimento horrível de dentro de mim. A minha avó partiu e não me despedi dela... Só damos valor às pessoas depois de as perdermos? Ela sabia que eu a amava. Eu gosto de acreditar que sim.
Tercília, estejas onde estiveres, quero que saibas que te amo e que tenho mais do que muitas saudades tuas. Deixaste-me desamparada. Poh, agora ninguém me dá rissóis de camarão. Estou a brincar. Por vezes, sinto-te perto de mim. Sabes que eu não estou sempre a pensar em ti, porque não quero estar sempre triste...
Rita D.*

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Desabafo #1

Crise. A palavra mais utilizada nos últimos anos. Não gosto nada dela. É simplesmente a palavra que arranjaram para justificar medidas destrutivas para a nossa economia, para os preguiçosos serem ainda mais preguiçosos e para validarem a emigração jovem e não tão jovem (vejam o caso de Fernando Tordo, por exemplo). Gostava mesmo que encontrassem uma nova palavra. Temos um leque variado de expressões no nosso dicionário. Por exemplo, incompetência. Preguiça. Oportunista. 
Fico frustrada com todo este sistema manipulado, que beneficia quem não quer trabalhar e prejudica quem luta diariamente por um futuro melhor. Fico frustrada com a falta de consideração pelos nossos idosos, muitos não têm pensão que sustente a medicação, mas também não têm direito a nenhum complemento social. Fico frustrada com a facilidade de muita gente viver à custa de subsídios e outros apoios sociais. Fico frustrada por ver tanta gente a passar dificuldades. Fico frustrada porque sei que o futuro não se avizinha nada colorido e não há nada que possa fazer. Eu cá, que não vivo com os meus pais, não tenho direito a nada de nada. Basicamente, é dizerem "Desenrasca-te!" Felizmente eu "desenrasco-me", porque tenho uma rede de apoio, a minha família, a continental e a açoriana. Mas nem todos têm o mesmo tipo de suporte.
Também trabalho para me manter independente. Não gosto  de viver às custas dos outros, prefiro ser eu fazer os meus próprios sacrifícios. Ir ao cinema deixou de ser uma opção. Jantar fora ou sair à noite também. Apenas gasto o que tenho, não me ponho a inventar dinheiro, quando ele não existe. 
Outra palavra que surgiu recentemente no vocabulário português é empreendedorismo. Hoje em dia, qualquer um pode ser empreendedor. Está sempre a passar na televisão casos de sucesso. Agora gostava de saber qual é o rácio entre aqueles que são bem sucedidos e aqueles que investiram as suas poupanças numa ideia e ficaram sem elas. Aqueles que investiram o seu dinheiro, o seu tempo em burocracias e no final ficaram sem nada. Nem sequer tiveram ajuda do Estado nem isenção de impostos, como alguns. 
Já deixei de ser patriótica e defender com garras e dentes este país. Que me desiludiu e me desilude todos os dias. Não são só os políticos. É toda uma população que se resigna com o presente, toda uma comunidade que não respeita o próximo. Onde pára o dever cívico? Todos os dias tenho que me desviar das pessoas, porque se não o fizer, vou ser abarroada. Já ouvi conversas que me deixaram desgostosa com a capacidade de as pessoas julgarem alguém pela aparência, clube de futebol ou aparelhos tecnológicos. Cada um é como cada qual. 
O país precisa de cidadãos formados e informados. Mas é preciso separar as águas. Não é obrigação das escolas (ainda!) educarem as crianças mal-educadas e malcriadas que surgem nas escolas. A sua função é ensiná-las, transmitir conhecimentos. Para que cresçam com a consciência e sensibilização necessária para saberem que cada individuo é especial na sua maneira de ser, que todos somos diferentes. É preciso que as pessoas saibam que não são um número. Ou vários. Sinto que a sociedade se está a transformar num monte de bolhas, cada um vive na sua e esquece-se do resto. Fora dessa bolha estão colados todos os números que nos identificam, contribuinte, segurança social, sócio da biblioteca, sócio do clube da freguesia, eleitor,... Para além desta '"sociedade-bolha", somos uma sociedade de consumo. A sociedade acredita na efemeridade dos recursos existentes e na capacidade do planeta se regenerar. O cidadão e as grandes entidades têm a capacidade fechar os olhos e não pensar sobre o que efetivamente acontece com as "coisas" que consumimos diariamente. Recursos básicos e primários, como a água e a energia, têm impactos prejudiciais a montante e a jusante da sua produção. A maior parte desses impactos nem sequer prejudica os cidadãos que consumiram este bem, mas populações dispersas por todo o planeta e que, provavelmente, não têm acesso a energia ou a água potável. É imprescindível formar cidadãos conscientes dos seus hábitos de consumo e incutir valores sustentáveis às gerações futuras. No entanto, é deveras complicado transmitir estes valores, pois a mensagem transmitida pelo governo e pelas empresas é que é preciso consumir. Para a economia funcionar e sairmos da crise, é a justificação dada. Basta comprar um novo telemóvel, um novo casaco ou uma nova batedeira e tudo se há-de compor. A realidade não é esta, porque para se produzir um telemóvel, casaco ou batedeira é preciso gastar bastantes recursos, que durante, após e depois da sua transformação geram resíduos e emissões a nível local, mas com impacto global. Chega de olhar para dentro da nossa bolha. Porque não rebentá-la para tentarmos construir um lugar mais justo e sustentável para nós e para as gerações futuras. A iniciativa tem de partir de cima, não do individuo comum, cuja ação individual não tem qualquer efeito na sociedade. 
Hoje fico-me por aqui com estas palavras de revolta. Tenho mais, muitas mais. Para já, ficam só para mim, não vá o "diabo tecê-las".

Rita D.*

Resíduos Indiferenciados e Recicláveis


    • Separar os resíduos: orgânicos, indiferenciados, papel/cartão, plástico/metal e vidro. Sei bem que Portugal não tem capacidade para recolha de resíduos orgânicos. Mas isto é tudo uma questão de mentalidades e de educação. Em Itália, separa-se o orgânico dos restantes resíduos. Para que servem os orgânicos? Para fazer compostagem...
    • Não tenho por hábito colocar para reciclar objetos que possam ter algum utilidade cá por casa, como por exemplo frascos do café, frascos da polpa de tomate ou até mesmo as latas de salsichas. Há uma infinidade de sites com ideias maravilhosas para aproveitar estes objetos e dar-lhes uma nova vida.



      Alimentação/Refeições


        • As sobras das refeições não podem nem devem ir para o caixote do lixo. Há sempre forma de aproveitar. Sobrou carne? Pode-se fazer uma salada ou uma massa. Ou uma tarte de massa folhada.
        • Normalmente, quando cozinho arroz, faço sempre a mais. Dá para as refeições seguintes e não gasto tanto tempo e energia a cozinhar. Além disso, fica já pronto para aqueles que têm medo dos tachos.


          quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

          Backstreet Boys are back

          Lembro-me da primeira vez que ouvi falar dos BSB e foi amor à primeira vista. Deve ter sido para aí em 1995, na garagem da minha avó. A minha prima tinha acabado de comprar o cd deles, o primeiro de todos e mostrou-me. Nunca tinha ouvido falar deles até àquele dia. A partir desse momento começou uma relação musical, que dura até hoje. Eu e a minha prima passávamos horas sem fim a ver cassetes deles e ensaiar os passos das coreografias. Sabíamos tudo de cor. Cada passo, cada volta, cada jeito. Ainda hoje tenho essas cassetes guardadas, para mais tarde relembrar.
          15 de Abril de 1998 - concerto da Backtreet's Back Tour: a emoção era tanta que não me recordo de muita coisa. Lembro-me de ter o bilhete na mão após comprá-lo e que valia 5 000 escudos, lembro-me de chegar à praça de touros, lembro-me de estar na fila. Dentro do recinto, lembro-me de comer batatas fritas Ruffles e da chuva de peluches. A maior chuva de peluches que vi. Do nada, dezenas de pequenos animais de pelúcia começaram a saltitar até ao palco, que se transformou num monte de peluches em 10 minutos. depois foram varridos em segundos para dentro de grandes sacos do lixo pretos. Do espetáculo em si, tenho poucas recordações, mas a que ficou gravada na memória foi quando o Howie subiu ao palco com um ramo de rosas e, enquanto ia cantando a solo, atirava rosas para o público. O delírio total. Na altura, era apenas uma jovem adolescente com o sonho de conhecer um dos boys. De lhes tocar. Histérica, literalmente. Ingénua, achava que nunca se iriam esquecer de mim. Como tantas que vi ontem.
          Hoje, três concertos mais tarde, esta paixão pela banda não pára de crescer. Podem gozar e comentar à vontade. A verdade é que as músicas dos BSB estiveram sempre presentes na minha vida, nos bons e nos maus momentos e ajudaram a superar algumas mágoas. Há músicas com que me identifico mais, outras menos, é como se fossem as qualidades e os defeitos de alguém. As músicas deles são como eu, cresceram e amadureceram ao longo do tempo e há fases mais agitadas do que outras. Como tudo na vida. Quase todos são casados e com filhos, estão numa fase completamente diferente do que estavam há vinte anos atrás e isso reflete-se nas músicas. Confesso que me identifico com muitas das músicas do novo álbum e é muito difícil escolher uma só, ao contrário dos álbuns anteriores. Havia sempre uma música com que me identificava mais. Mas quando ouço o A.J. cantar "Try", viajo para um cantinho só meu. É uma música mais emotiva. Adoro todas.
          Ontem, o concerto foi simplesmente mágico, foi tão bom vê-los todos juntos a cantar todos êxitos. A viagem, esperar horas na fila ao frio, o convívio faz tudo parte deste mundo criado pelos BSB, que junta multidões. Não é por acaso que são a boysband que está no Guiness com o maior número de discos vendidos. A melhor parte do dia de ontem foi voltar para casa, para os braços do homem que amo, para minha realidade, onde sou muito feliz. Junto de alguém que nunca se esquece de mim e que canta para mim. Os BSB fazem parte dessa realidade, aliás estão comigo agora, a cantar só para mim, no meu ipod. 

          Rita D.*

          sábado, 15 de fevereiro de 2014

          Would you be my valentine?

          Hoje é o tão famoso dia dos Namorados. Gosto de ser criativa e queria oferecer ao meu namorado algo com significado, algo feito por mim e que seja também algo que marque a nova fase das nossas vidas. Pesquisei na net por ideias originais e acabei por misturar uma data delas, fazendo assim um kit de "sobrevivência" para os meses separados. Chamei-lhe: 

          A minha mãe sempre diz que não sou nada artística. Realmente, estes crafts não são o meu forte, mas dei o meu melhor. Tendo eu formação na área do ambiente, tentei reciclar o máximo de coisas que encontrei. A caixa é uma de sapatos. Peguei em papel de embrulho e cola branca e comecei a decorar esta caixa. Os corações foram feitos em papel que tinha também por casa. Tudo muito ecológico...

          Arranjei papel de seda vermelho para forrar o interior e comecei a encher a caixa com objetos com algum significado: um mealheiro em forma de mala de viagem (para juntarmos dinheiro para as nossas aventuras), rebuçados para a tosse, pacotes de chá, chocolates (alguns feitos por mim), recortes com projetos, uma mapa da Europa com cidades a visitar e gomas (feitas por mim)... Escrevi numas cartolinas algumas mensagens, que juntei aos objetos espalhados pela caixa. Para completar esta caixa, escolhi umas fotos, procurei na net um site para editar. Queria que fossem do género Polaroid. E voilá!!! 













          A reação fica só para mim.

          Feliz dia dos Namorados!

          Rita D. *

          sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

          sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

          Matemática

          Hoje deu-me para fazer contas. Umas mais interessantes, outras nem por isso. Cheguei, no entanto, à conclusão de que terminei o meu curso há 3 anos, 6 meses e 16 dias ou simplesmente há 1296 dias. Tanto tempo para concretizar alguma coisa. Desde que terminei o curso, já passei por cerca de sete locais, onde trabalhei, de uma forma ou de outra. Foram espaço onde cresci profissionalmente, mas definitivamente pessoalmente. Não me arrependo do percurso percorrido, já que me trouxe ao que sou hoje e ao que tenho hoje. Não trocava as lágrimas, as chatices, as dores de cabeça por nada. 
          Quem está desempregado, sabe o que se passa (mais ou menos) dentro de uma cabeça desocupada. Cada um reage da sua forma, mas, de uma forma geral, as preocupações devem ser idênticas. Eu, por exemplo, tento acordar à mesma hora, como se tivesse emprego. No entanto, o meu corpo rejeita este pedido. Aquela parte do inconsciente é mais forte que o consciente e constantemente obriga-me a dormir mais um bocado. "Mais um bocado!" é mentira, porque depois vem outro "mais um bocado" e assim sucessivamente, até o vizinho começar a ensaiar as suas serenadas ao piano, violino ou flauta. O corpo recusa-se a tomar qualquer ação, pois sabe que o dia de hoje vai ser igual ao de ontem e ao anterior. Vai ser mais um dia passado em frente ao pc e à televisão. A inventar coisas para ver ou para fazer. Nada que me faça chegar ao final do dia e pensar "Uau, hoje fiz algo realmente útil." Não. Não. A rotina é quase sempre a mesma. No entanto, há sempre a parte boa do dia... Mais que boa :)
          Muito em breve tenho novidades sobre o meu futuro, mas por agora está guardado no segredo dos deuses, ou melhor, família.

          Rita D.*