sábado, 25 de setembro de 2010

Gilmore Girls

como a maior parte já deve saber, sou uma grande fã da série Gilmore Girls. hoje resolvi ver alguns episódios da sétima temporada, seis, para ser mais precisa. num deles, a personagem interpretada pela Alexis Bledel disse umas palavras sábias:
"... everything is just ending. i just feel like everything is gonna be over... it's like i'm standing on this cliff and looking down at this huge foggy abyss. and my hole life, there's never been an abyss. has been abyssless. i've always known exactly what is in front of me and i've always known exactly where i'm going. and now i don't know what is out there... a tonne of fog. i'm hating not knowing what is out there. i hate not knowing what is gonna happen with the rest of my life..."

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Voluntariado - 2ª parte

Boa tarde,
Entreguei agora mesmo as teses definitivas. Estou oficialmente desempregada. Para a semana aventuro-me para a fila do Centro de Emprego. Eh eh!!!
Bem, este texto tem a finalidade de acrescentar mais um relato interessante sobre a nossa jornada em Paredes de Coura. Como todos já sabem, eu sou um doce ;) Portanto, qualquer insecto que passou por mim deixava as suas marcas. Mas não estou a falar de picadas normais. Estou a falar de ficar com comichão até não aguentar mais e inchada. O que não é nada normal em mim. Mas que posso fazer? É como já disse. Sou um docinho...
Beijos, Rita*

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Voluntariado!!!!

Voluntariado!
Tanto para contar, tendo em conta que tudo se passou em tão pouco tempo. Já todos sabem que gosto de me gabar do orgulho que tenho em Paredes de Coura. Pois bem, desde o dia 16 de Agosto que cá estou, a tomar conta do que é “meu”, por assim dizer. Como sabem (ou não), inscrevi-me no Voluntariado para as Florestas. Estou cá com a Daniela, a Mariana e o Nuno. O trabalho consiste na sensibilização da população em relação aos cuidados a ter e as medidas a adoptar, através da distribuição de panfletos e ainda ligar para o 117 sempre que vemos fumo. Dividiram-nos em dois grupos e mandaram-nos para duas freguesias. Mas nós estamos sempre um passo à frente. Decidimos ir todos juntos, até porque as freguesias atribuídas eram próximas. Mas cansa, ter que andar a carregar a bicicleta montanha acima. Sim, porque as subidas aqui não são pêra doce. São agrestes.
No dia seguinte decidimos por unanimidade acampar num morro a fazer a vigia a partir desse ponto. Não é preciso mais nada, desde que tenha uma sombrinha. Conversamos, jogamos cartas e lanchamos sempre no mesmo posto. No caminho de regresso, fizemos a parte da sensibilização, entregando panfletos a quem nos aparecia na rua. A partir daí, desistimos das bicicletas e passamos aos trilhos. Paredes de Coura tem isso de bom. Existem uma série de trilhos definidos, passando por locais importantes. Por isso, sabendo a freguesia atribuída, escolhemos um trilho que abrangesse essas freguesias. São trilhos que nos levam para os pontos mais altos de Coura e por isso nos dão uma vista fenomenal sobre este concelho. Assim, fizemos a vigia, percorremos o melhor de Coura, as pessoas oferecem-nos lanche e água. Estes passeios são revigorantes. Vimos uma aranha amarela enorme, mesmo linda. Apanhamos imensas amoras. Comemos framboesas. Bebemos água de qualquer nascente. Desbravamos caminhos com cajados.
O mais giro destes trilhos é a simbologia que nos guia. Temos que seguir dois traços, um vermelho e um amarelo. Se tiverem em cruz, é porque estamos no caminho errada. O primeiro trilho não correu lá muito bem, pois desviamo-nos da nossa rota. Acabamos por ter que voltar para trás e não vimos o resto do caminho. Nos dias seguintes, os trilhos já nos correram melhor. Já estávamos mais familiarizados com a simbologia.
Devo dizer que existe um trilho sem saída. Já não deve ser percorrido há muito tempo e a vegetação apoderou-se do caminho, obrigando-nos a percorrer o caminho de volta, mesmo depois de já estarmos todos arranhados.
Eu não sou pêra-doce. Eu sei disso. E sei também que as minhas acções têm consequências. Até porque acho que a minha consciência está bem direccionada. Lamento muito a minha precipitação e as minhas acções. Quem estava lá sabe do que estou a falar. Por isso quero aproveitar este meu espaço para pedir as mais sinceras desculpas pelo sucedido. Gostava de ter a oportunidade para emendar a imagem deixada. Mas por agora ainda tenho alguma vergonha na cara. Deixemos o tempo passar.
Numa semana choveu, por isso não houve fogo. Eu e a Daniela fomos à piscina com este tempo. Até estava bastante agradável. Bem mais quentinho lá dentro, do que cá fora. Sempre que saímos, voltávamos a saltar lá para dentro, por causa do frio. O Sr. Ângelo viu-nos e deve ter achado que éramos tolinhas.
Em Setembro, começa uma nova vida. Quer dizer, não é bem no inicio de Setembro. Tenho planos para o fim-de-semana. Lisboa, aqui vou eu. Preciso de ver caras amigáveis e tenho saudades delas. O fim-de-semana seguinte são as Feiras Novas em Ponte de Lima. Vai ser muito bom também.
De há uns dias para cá, ando com a nostalgia italiana. De toda a gente, dos gelados da Grom, do mercado na Piazza delle Erbe, da Meneghetti, da Lucky, do Le Queen (e até do DJ Thang). Ai, nostalgia maldita. Leva-me de volta para lá e não me tragas tão cedo. Quero continuar a conhecer. Quero ir a Bassano. Quero ir a Nápoles. Quero rever tudo o que já vi. Ferrara, Lago do Como, San Gimignano, Lucca.
Para matar algumas dessas saudades, já combinei ir a Lisboa no primeiro fim-de-semana de Setembro com a Maria. Vamos ficar em casa de Luísa. Vai ser tão bom. Já estou cheia de saudades das minhas meninas.
Tenho andado para escrever sobre o dia 16 de Dezembro. O melhor dia do ano. É o dia em que nasceu uma grande mulher. Uma grande escritora. Jane Austen. Até à data ainda não li nenhum dos livros dela, só vi filmes. Ando sempre a ver quando começo a ler. Vou começar por Orgulho e Preconceito e seguir caminho. Mas não há vontade. Tenho receio de não conseguir perceber o inglês arcaico de Jane. O inglês com palavras rebuscadas e pomposas.
Devia de ler livros com mais interesse intelectual e não só apenas romances. Mas que se pode fazer? Já posso dizer que Hemingway, mas o senhor é um tanto pessimista. Fiquei triste com o final de “O Velho e o Mar”. E desiludida, também. Li também “Patagónia Express” do Luís Sepúlveda. Já todos sabem do meu fascínio por este senhor. Desde o tempo “O Mundo do Fim do Mundo”. Adoro cada livro dele. É como se estivéssemos mesmo lá, no Chile. A viver o que ele viveu. A sentir o que ele sentiu. Amava puder lá ir.
Querem saber de uma história intrigante? Ontem o Lucho estava com o pneu em baixo. Hoje levei-o à oficina e não tinha nada. Não tem furo nem nenhuma fuga. Não souberam explicar o que se passou. Fui ver à net e o Lucho está meio lesionado, com uma entorse no tornozelo. Oh God. Este carro é surreal. Já é a segunda vez que me faz esta brincadeira.
Lembram-se daquele primeiro texto com a metáfora das estradas? Neste momento, estou numa encruzilhada, com bastantes escolhas. E não faço ideia qual delas seguir. Este é um dos momentos mais confusos de sempre. Ora bem, até aqui, depois de cada período de férias vinha sempre a escola (infantário, depois escola primária, eb 2,3, secundário, universidade). Houve sempre uma hierarquia a seguir. E agora? Que faço? Para que lado me viro? O que eu quero ser e fazer? O que sou capaz de fazer? O que eu quero fazer no resto da minha vida? São muitas questões que coloco todos os dias. E até agora não encontrei nenhuma resposta. Tenho que escolher, já que não posso ficar eternamente parada nesta encruzilhada. A gasolina acaba. Pelo menos agora não estou numa rua de sentido único, com um carro em contra-mão a abalroar-me. Sou só eu e a estrada. Eu é que decido o que fazer. O problema é que eu não sei o que quero fazer.
Li uma versão melhorada da fábula “A Formiga e a Cigarra” de La Fontaine. Diz para sermos metade cigarra metade formiga. Se não encontrar a metade da laranja, devemos procurar a metade do limão, juntar açúcar e aguardente e ser feliz. Só me falta o limão. Eh eh. Brincando!! Devemos de aproveitar a vida. Devemos trabalhar, mas também divertimo-nos.
Esta semana tenho que entregar a versão definitiva e vai quebrar-se o último elo que liga à faculdade. A partir de agora é sempre a abrir. Sempre a andar. Não sei bem para onde, mas logo se vê. Um dia de cada vez.
Hoje regressei ao Porto. Cheguei mesmo agorinha. Por isso, antes de publicar este texto, decidi acrescentar mais algumas palavras. Antes de voltar fiquei em casa sozinha alguns minutos, já que o Nuno, a Daniela e a Mariana vieram antes. Quando a porta fechou e eles saíram, senti-me triste. Não por eles terem ido embora e por ter ficado sozinha. Mas aquele fechar de porta significou o início de uma nova etapa da minha vida. Nesse momento, as lágrimas fundiram-se com a água do chuveiro. Foi um misto de sentimentos. Felicidade por todos os momentos vividos e laços criados, triste por vê-los partir, ansiosa em relação ao futuro e arrependida de algumas acções.
Espero ter mais novidades da próxima vez que escrever. Despeço com um obrigado à Daniela, à Mariana e ao Nuno.
Beijos, Rita*

Baú de Textos 1

The elephant in the room
O elefante entrou no quarto (não sei por onde) e agora é impossível fazê-lo sair…
As estradas têm dois sentidos. Tirando aqueles de sentido único, que deve ser onde estou agora. Infelizmente há um veículo que gosta de andar em contra-mão e abalroar o que está à frente.
Nunca pensei dizer isto, mas estou ansiosa que o Erasmus acabe. Para respirar. Sinto que me puxam para baixo quando quero ir à tona e respirar. A culpa também é minha, claro. Quem me disse que era inteligente amarrar uma pedra à perna quando se vai dar um mergulho? Devia de ser mais forte e encarar o problema de frente. E não esconder-me debaixo de água.
Talvez a culpa seja inteiramente minha, por não fazer um esforço para compreender. I’ve been there. Ainda bem que tive alguém que me estendeu a mão e me fez entender o que era preciso fazer. Mas, claro, nem toda a gente gosta que se lhe estenda a mão. Preferem puxar, puxar e puxar o mais que podem para baixo. Gostava de puder ajudar, a sério que gostava, mas não sei o que dizer nem o que fazer.
Eu sou frágil, embora tente parecer forte. Mas é tudo uma fachada. Sou uma boneca de porcelana, numa prateleira velha e usada, quase a cair. Tem aquele olhar triste de que quem precisa de colo, mas não há ninguém para o dar. Antes preferia ser uma boneca de vudu, que, apesar de tudo, sobrevive sem ferimentos a todas as externalidades.
Admito que esteja nervosa e algo ansiosa com os exames. São apenas três e não quero desiludir ninguém, nem mesmo a mim, nem mesmo aos meus pais, que tanto se esforçam para eu ter tudo o que preciso. Mas escondo atrás dos doces ou atrás das séries. Depois fico com peso na consciência (e não, a minha consciência não é um grilo, é alguém muito melhor).
Se calhar estou apenas a ser castigada por não ser boa pessoa. Podem dizer que é mentira. Mas eu sei que não é. Lá no fundo, não sou nada boa pessoa. Talvez seja isso que esteja a vir à tona agora. E quem está por perto, é atingido pela minha maldade.
Só tenho uma certeza neste momento. O meu coração está apertado, apertadinho. Como se estivesse a mingar. A culpa é minha. Deveria ser capaz de abrir a boca e dizer o que me vai na alma e não escrever o que me vai na alma e guardar numa pasta com músicas, para ninguém encontrar. Daqui para a frente, as coisas não se vão tornar mais fáceis. Preciso de uma palhinha para respirar.
Agora estou ressentida e não tenho nada para lhe dizer. Na semana passada, chamou-me amuada, seca e arrogante. Talvez estivesse. Mas esta semana fizemos “tréguas”. Pelo menos por umas horas. Humm… Imaginem este cenário. Pode acontecer. Estão dois rapazes giros e simpáticos numa sala de computadores. E estou interessada neles, pelo menos até descortinar qual deles, jogo em ambos os campos. Há um computador livre. Quem se senta lá? Posso garantir que não fui eu. Ou então, quando quero estar sozinha com um deles, não é possível. Não percebe as indirectas. Depois fui desanuviar. Encontrei a Luísa, a Marta e a Maria e fomos até ao centro. Comprei um vestido. E umas meias-calças.
Mas o pior de tudo começou na quarta-feira. Logo num dia que até estava a correr bem. Foi o dia da festa portuguesa no Le Queen. Estivemos a tarde toda na Meneghetti a cozinhar com o Mati, o Stefano e a Giorgia. Diverti-me imenso. Como tinha sobrado carne, resolvemos comer todas juntas (as raparigas portuguesas da Meneghetti). Perguntei se se queria juntar a nós. Huuuuuuge mistake. Senti-me a ser atacada por todos os lados. Por outras palavras, foi agressiva, seca e arrogante. Só me apetecia chorar. Coitado do Bruno, levou com as minhas crises existenciais. Mas depois disso, a noite foi muito divertida, com músicas portuguesas a passar a noite toda. Dançar até não puder mais. De vestido. Desde quarta-feira, que tem sido assim a minha vida. Preso por ter cão, preso por não ter. Se faço sopa, é porque faço sopa. Se vou às compras, é porque vou às compras. Caramba. Nunca nada está bem.
Será que está mesmo à espera que esqueça o que me disse e como disse e que voltemos a ser amigas como dantes? Não me parece. Não é assim que funciona. Não se pode espetar uma espada propositadamente em alguém e vir socorrer a seguir como se nada tivesse acontecido. Está bem que estivesse mais seca na primeira semana. Mas depois fiz de tudo para tentar estar aberta e compreensiva. Dizer “bom dia” com um sorriso. Perguntar se quer sair. E é assim que me pagam. Agora voltei ao voto de silêncio. Era onde estava melhor. É insuportável. Mas é mais suportável do que ser chicoteada com palavras.
Quinta-feira… Fui jantar com os portugueses (e o Javi) ao Tio Pepe. Também a convidaram, claro. Depois fui para casa da Joana e da Sofia até ter a certeza que a costa estava livre para puder voltar. É assim que vivo. A evitar… Não é vida que recomende a ninguém.
Não está fácil, não. Não era assim que queria que o meu Erasmus acabasse. Já quase toda a gente percebeu que não estamos bem. Não é preciso ser um génio. Aguardemos melhores tempos.