Se me perguntarem qual é a minha estação preferida do ano, não sei responder. Não tenho uma preferida, há algumas que gosto menos. Mas se há uma época do ano que tem mais encanto para mim, é a do Natal. Principalmente os dias frios com sol, nos quais posso percorrer as ruas e olhar para as montras decoradas. Sentir o cheiro das castanhas assadas ao longe. Passear à noite para ver as decorações e as luzes de natal, como quando era pequena.
Nos últimos anos, andam a tentar sabotar a minha paixão pelo Natal. Com cortes de ordenados e subsídios, perde-se a vontade de celebrar esta data. Para mim, o mais importante é ter a casa cheia, com a família reunida em torno da mesa. A preparação da ceia, dos doces de Natal, tudo feito em família. Adoro ver a felicidade dos mais pequenos quando abrem as prendas e descobrem algo inesperado. Sei que este Natal não vai ser tanto assim, mas vou tentar preservar o espírito, que tanto adoro, e claro tentar passar para os outros. Vou tentar transformar os “ursos” da família.
Este Natal decidi fazer as minhas próprias prendas, não vou dizer o que é, para não estragar a surpresa. Assim, fica mais leve para o bolso e representa o carinho que tenho pelos outros.
Voltando agora ao tema central da vida de quase todos os portugueses, emprego. Todos os dias ouço as perguntas da praxe: “Já tentaste lá para fora?”, “Já enviaste currículo para a empresa X?”, “Porque não vais entregar currículos pessoalmente?”, entre outras. Sei que é por preocupação, mas estas perguntas relembram-me todos os dias da dificuldade em arranjar emprego. Para as lojas, tenho qualificação a mais ou experiência a menos. As empresas nem sequer publicam anúncios e os que publicam são para estágios profissionais. Por isso, divido os meus dias entre procurar novas empresas, frequentar o mestrado na FEP, fazer uma manta de tricot e inventar novos projetos, aos quais me possa dedicar. Neste momento, tenho 4 projetos em mente. Mas sozinha não consigo fazê-los chegar onde quero. Preciso da ajuda de todos, na parte da divulgação. A mim, quando um amigo me pede para por um ”gosto” numa página do Facebook e ponho. Se achar que é um projeto interessante, partilho. Entristece-me não ver o mesmo em relação a mim. Muitas vezes ouço as pessoas a descreverem com “proactiva”, “dinâmica”, “cheia de projetos”. Mas de que me adianta estes adjetivos se muitos não acreditam nos mesmos e não demonstram o seu apoio. Aproveito para agradecer aos que agem em conformidade com aquilo que descrevem da minha pessoa.
Apesar de tudo, tenho muitas coisas deliciosas na minha vida. Tenho o meu pilar fundamental (que me apoia e segura incondicionalmente), tenho a minha família (e futura família), tenho bons amigos (eles sabem quem são), tenho o dia de hoje e o de amanhã!
Rita D.*