Lembro-me da primeira vez
que ouvi falar dos BSB e foi amor à primeira vista. Deve ter sido para aí em
1995, na garagem da minha avó. A minha prima tinha acabado de comprar o cd deles,
o primeiro de todos e mostrou-me. Nunca tinha ouvido falar deles até àquele dia.
A partir desse momento começou uma relação musical, que dura até hoje. Eu e a
minha prima passávamos horas sem fim a ver cassetes deles e ensaiar os passos das
coreografias. Sabíamos tudo de cor. Cada passo, cada volta, cada jeito. Ainda
hoje tenho essas cassetes guardadas, para mais tarde relembrar.
15 de Abril de 1998 -
concerto da Backtreet's Back Tour: a emoção era tanta que não me recordo de muita
coisa. Lembro-me de ter o bilhete na mão após comprá-lo e que valia 5 000 escudos,
lembro-me de chegar à praça de touros, lembro-me de estar na fila. Dentro do recinto,
lembro-me de comer batatas fritas Ruffles e da chuva de peluches. A maior chuva
de peluches que vi. Do nada, dezenas de pequenos animais de pelúcia começaram a
saltitar até ao palco, que se transformou num monte de peluches em 10 minutos. depois
foram varridos em segundos para dentro de grandes sacos do lixo pretos. Do espetáculo
em si, tenho poucas recordações, mas a que ficou gravada na memória foi quando o
Howie subiu ao palco com um ramo de rosas e, enquanto ia cantando a solo, atirava
rosas para o público. O delírio total. Na altura, era apenas uma jovem adolescente
com o sonho de conhecer um dos boys. De lhes tocar. Histérica, literalmente. Ingénua,
achava que nunca se iriam esquecer de mim. Como tantas que vi ontem.
Hoje, três concertos mais
tarde, esta paixão pela banda não pára de crescer. Podem gozar e comentar à vontade.
A verdade é que as músicas dos BSB estiveram sempre presentes na minha vida, nos
bons e nos maus momentos e ajudaram a superar algumas mágoas. Há músicas com que
me identifico mais, outras menos, é como se fossem as qualidades e os defeitos de
alguém. As músicas deles são como eu, cresceram e amadureceram ao longo do tempo
e há fases mais agitadas do que outras. Como tudo na vida. Quase todos são
casados e com filhos, estão numa fase completamente diferente do que estavam há
vinte anos atrás e isso reflete-se nas músicas. Confesso que me identifico com muitas
das músicas do novo álbum e é muito difícil escolher uma só, ao contrário dos
álbuns anteriores. Havia sempre uma música com que me identificava mais. Mas quando
ouço o A.J. cantar "Try", viajo para um cantinho só meu. É uma música
mais emotiva. Adoro todas.
Ontem, o concerto foi simplesmente
mágico, foi tão bom vê-los todos juntos a cantar todos êxitos. A viagem,
esperar horas na fila ao frio, o convívio faz tudo parte deste mundo criado
pelos BSB, que junta multidões. Não é por acaso que são a boysband que está no Guiness
com o maior número de discos vendidos. A melhor parte do dia de ontem foi voltar
para casa, para os braços do homem que amo, para minha realidade, onde sou muito
feliz. Junto de alguém que nunca se esquece de mim e que canta para mim. Os BSB
fazem parte dessa realidade, aliás estão comigo agora, a cantar só para mim, no
meu ipod.
Rita D.*
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