Sinto-me como uma folha de uma árvore em pleno Outono. A mudar de cor a cada dia que passa e a vaguear ao sabor do vento. Dizem que, nós jovens, estamos mal habituados. Talvez isso seja verdade. Perante uma contrariedade, retraímo-nos e fechamos os olhos até a dor passar. Seja dor física ou psicológica, é sempre dor. Ou talvez os dias de hoje não nos trazem a estabilidade que nos permite ansiar tanto pelo amanhã. O amanhã parece demasiado negro. O mesmo se passa com as pessoas que têm emprego ou um contrato. Transformaram o nosso amanhã em estabilidade e isso assusta-me. Penso que assusta a todos.
Falo por mim. Vivo um dia de cada vez. Ou tento. Mas esta angústia diária de não ter segurança profissional e, consequentemente, económica e financeira, abala com os meus pilares. Depois há também aqueles dias em que sinto que sou formatada ou tenho que esquecer os meus valores, porque não me posso dar ao luxo de recusar uma oportunidade. Sinto-me culpada só de pensar em desistir. Quão justo é isto? Para mim e para os que me rodeiam. É discurso de menina mimada, que está habituada a ter tudo o que quer. Mas também é discurso de mulher que tem que desistir dos sonhos de menina e fica triste.
As pessoas, por vezes, dizem que não sou rapariga de baixar os braços, que sou uma rapariga activa. Infelizmente, até ao dia de hoje ainda não colhi os frutos dessa luta. Ser activa ou lutadora não paga as contas no final do mês.
Sou uma folha a mudar de cor todos os dias. Uma folha que procura uma forma de se encontrar. Só peço que não desistam de mim, nos dias em que a folha está mais escura. Que fiquem ao meu lado neste período, porque irei sempre ficar ao vosso lado, independentemente do que aconteça.
Rita D.*
Consegues escrever os teus sentimentos e isso ajuda a limpar a alma. E eu nunca vou desistir de ti!!!
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